sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Tragédia dos Comuns


"O que é comum ao maior número tem menos cuidado que lhe é conferido" (Aristóteles)
Na longa história da evolução da raça humana houve, provavelmente, poucos períodos mais difíceis do que o da atualidade. As dificuldades surgiram porque a consciência humana está despertando numa taxa rápida, até mesmo de forma exponencial. Isto é bom e tinha que acontecer. Mas um crescimento tão rápido do espírito crítico apresenta demandas desafiadoras - política, econômica e psicologicamente. Nos últimos quinhentos anos tem havido um acentuado aumento da auto-afirmação, do egoísmo e da competição no ser humano, levando ao agravamento de conflitos e guerras no mundo inteiro. Somando-se ao problema há o desejo humano por um estilo de vida baseado no consumo, que criou uma grande demanda por recursos comuns do planeta.
Os reinos mineral, vegetal e animal, com sucesso, se sustentaram por milhões de anos e tornaram-se uma sólida base de apoio para a sustentação da vida humana. No entanto, como os seres humanos evoluíram em inteligência, eles aumentaram de modo crescente o que precisavam dos reinos inferiores - para a alimentação, vestuário, habitação, etc - mas, na maioria das vezes, tomaram poucas providências para ajudar a sustentar estes reinos. No entanto, à medida que a consciência humana evoluiu, ela afastou-se cada vez mais da qualidade comum da natureza para se sustentar. Acreditou-se que a Natureza foi criada para os seres humanos explorá-la. Esta atitude arrogante desenvolvida no homem levou-o a pensar que ele tinha o "direito" de usar os recursos da natureza como bem entendesse. O conceito de "liberdade de explorar" se tornou um ideal orientador, um ideal que é fortemente realizado hoje.
Esforçar-se e lutar pela liberdade é um importante caminho espiritual a seguir, e é uma atitude relativamente nova que é olhada com grande estima pelos guias espirituais do mundo. Esforçar-se pela liberdade acabará por conduzir a humanidade para o próximo reino da natureza - o Reino de Deus ou o reino das almas. Mas a liberdade como é interpretada hoje (com foco principalmente no plano material) leva a problemas nas relações humanas, e isso está diretamente relacionado ao uso humano ou ao mau uso de nossos recursos comuns. Na realidade, essa sensação de liberdade é muitas vezes a causa da tragédia dos comuns.
A tragédia dos comuns é um termo cunhado por Garrett Hardin, um biólogo, em 1968. Na sua parábola clássica ele deu causa a partilha de um terreno de pastagem para bovinos em pasto público. A pastagem continuaria a se sustentar, se usada apenas por um certo número de gado. Mas se um pastor aumentasse o seu rebanho em até mesmo uma vaca, poderia desencadear uma reação em cadeia entre os outros pastores que, por interesse próprio, acrescentaria mais vacas em seus rebanhos também. Isso levaria à tragédia do superpastoreio e a destruição da sustentabilidade da pastagem.
Esse problema foi resumido por Hardin: "Nisto está a tragédia. Cada homem está trancado em um sistema que o compele a aumentar seu rebanho sem limites - num mundo que é limitado. Ruína é o destino para o qual todos os homens correm, cada um perseguindo seu próprio interesse em uma sociedade que acredita na liberdade dos comuns" (1968).
Nesta parábola simples, a tragédia ocorre quando um pastor acredita que tem o "direito" de adicionar mais vacas ao seu rebanho, porque seria rentável fazê-lo. Ele acredita que deveria ser livre para aumentar seus lucros. Isso é simplesmente um bom negócio. É claro que se os outros pastores que também partilham o pasto comum exigissem o mesmo "direito", então o resultado é inevitável: o esgotamento final das limitadas terras de pastagens. O resultado não só seria trágico, seria também uma perda de liberdade. Ele e os outros pastores já não teriam a liberdade de usar o pasto comum.
Mesmo que este seja um pequeno exemplo do que pode ocorrer dentro dos limites de um recurso comum de consumo, ele realça o dilema moral que a humanidade enfrenta, muitas vezes em situações semelhantes em todo o mundo. É moralmente certo para um indivíduo, um grupo, uma corporação, uma nação explorar um recurso sem considerar o efeito de longo alcance no tempo que suas ações podem ter sobre os outros que dependem do mesmo recurso?
Um exemplo notório desta questão moral ocorreu no século 19 na América, onde enormes rebanhos de búfalos vagavam pelas planícies do oeste. Eles eram um recurso comum para alimentos e roupas para muitas tribos indígenas da região. Os índios matavam só o que eles precisavam para sobreviver, dando o tempo efetivo para o rebanho se reabastecer. Mas com a chegada de centenas de caçadores de búfalos do Leste - impulsionados pela alta demanda na indústria da moda de couros de búfalo - a sobrevivência dos rebanhos tornou-se ameaçada de extinção. Milhares de búfalos foram abatidos somente por causa de suas peles; a carne e os ossos foram deixados a apodrecer nas planícies. Havia pouca preocupação com as necessidades básicas dos Índios. Para os caçadores, o búfalo era um recurso livre para ser tomado. Em pouco tempo o búfalo quase desapareceu como um recurso de suporte vital para as tribos indígenas.
Hoje essa exploração egoísta de um recurso de consumo seria impensável e até mesmo criminosa. Mas isso ainda está acontecendo com outros recursos internacionais, como algumas pescas oceânicas. O outrora abundante bacalhau e também o salmão selvagem quase desapareceram devido à pesca excessiva por grandes arrastões comerciais. Um destino semelhante pode estar perto de determinadas espécies de baleias. O interesse das empresas pode ser tão egoísta como o auto-interesse individual, mas numa escala muito maior e com efeitos ainda mais devastadores. Existem tratados internacionais elaborados para proteger os recursos da exploração egoísta, mas os empecilhos aparecem ao tentar aplicar esses tratados. O auto-interesse das nações muitas vezes bloqueia qualquer tentativa de sanções ou penalidades. Lidar com o poder do auto-interesse é o desafio mais difícil quando se trata de uma gestão equitativa de recursos de consumo. É difícil porque, geralmente, exige que todos os usuários do recurso adotem uma nova mentalidade, uma nova maneira de pensar sobre a forma mais justa de gerir um recurso limitado.
Hoje, a mente humana evoluiu para um estágio em que agora é altamente ativa e criativa; é capaz de compreender as questões em grande escala. Este impulso para cima e expansivo do ego é bom e necessário. Mas também tem seus inconvenientes: um eu desperto é mais exigente para que a sua voz e ideias sejam ouvidas. O eu individualizado sente que tem o direito de escolher a melhor forma para conseguir a sua fatia de boa vida. Como consequência, o ganho de curto prazo é enfatizado sobre o interesse de longo prazo para sustentar o recurso.
Mas quando a mente está muito ativa, o que muitas vezes se esquece nesta busca do bom é que uma qualidade particular do coração equilibra o próprio interesse, qualidade que condicionaria a mente para pensar de forma diferente; uma mente que permitiria ao indivíduo pensar e raciocinar a partir de uma perspectiva nova e mais abrangente: colocar o interesse do recurso em primeiro lugar, antes do interesse de si mesmo. Para muitos, isso exigiria um enorme salto na consciência. E quando um pool de recursos comuns termina em tragédia, a incapacidade de dar esse salto é muitas vezes a causa.
Quando a mente não quer, ou não pode, dar esse salto na consciência, então a gestão de um recurso tem de ser resolvido através de negociações de algum tipo. Regras têm de ser criadas, os limites estabelecidos, monitores para supervisionar o recurso tem que ser escolhido, os mecanismos de resolução de conflitos têm de ser criadas, etc (Estudos e análises de tais casos têm sido feitas por Elinor Ostrom, entre outros, no livro "Governing the Commons" (1990).
A capacidade da humanidade e a disposição para negociar o uso do pool de recursos comuns estão realmente sendo posto à prova na questão das alterações climáticas. O pool de recursos comuns neste caso é, claro, o ar, a água e a terra de todo o planeta. Está em jogo a saúde, o bem-estar e até mesmo a sobrevivência de milhões de pessoas na Terra. O interesse próprio realmente assume o controle quando se lida com a economia das nações e das corporações globais. As decisões são feitas com base em motivos políticos e da concorrência e normalmente não sobre o que é moralmente a coisa certa a fazer por todo o planeta. Mas enfrentamos o mesmo dilema em escala planetária que os pastores enfrentam com o pasto: deixar o interesse próprio continuar a governar, ou se esforçar por um maior controle sobre o desejo humano por ganho de curto prazo, em detrimento da sustentabilidade da Terra.

Educação, a base para o desenvolvimento do País


Segundo o estudo "Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo", realizado pela Consultoria McKinsey (EUA), a qualidade do professor é a alavanca mais importante para melhorar o desempenho dos alunos.
Talita Mochiute
“A qualidade do professor é a alavanca mais importante para melhorar o desempenho dos alunos”. A afirmação é da doutora em desenvolvimento econômico pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), dos Estados Unidos, Mona Mousherd, que coordenou o estudo Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo, realizado pela Consultoria McKinsey.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na segunda-feira, dia 13/10, durante a Semana da Educação, promovida pela Fundação Victor Civita. O evento tem como objetivo refletir o ensino brasileiro e contribuir com a melhoria da educação.
O estudo analisou quais são os fatores de sucesso dos dez melhores sistemas educacionais do mundo, de acordo com o ranking do Programme for Internacional Student Assessment (PISA) - programa internacional, coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que avalia o desempenho dos alunos na faixa dos 15 anos em leitura, matemática e ciências.
Um dos fatores é a excelência do quadro docente. Na Finlândia e Coréia do Sul, dois destaques em modelo de ensino, o processo seletivo para professores é concorrido. No país escandinavo, apenas um em cada 10 candidatos é aceito como professor. Já na Coréia a concorrência é de 1 para 6.
Nesses países, o professorado é formado por graduados bem preparados. Na Finlândia, o corpo docente é constituído pelos 5% de melhor desempenho na graduação. Na Coréia, é pelos 10%. Esse índice chega a 30% em Cingapura, outro país com sistema de ensino de sucesso.

No Brasil, ocorre o contrário. Segundo o presidente Executivo do Movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, presente no evento, o quadro de docentes é composto por alunos mais fracos e com baixo nível econômico. “As nossas universidades não têm vocação para formar professores de educação básica. Quem, como e para que forma? É preciso pensar essas questões e reinventar o processo de formação inicial de professores”, comentou.
Salário dos Professores
Para atrair bons profissionais, os melhores sistemas educacionais investem em política salarial. Finlândia e Coréia do Sul equipararam o salário inicial dos professores com os dos outros setores da economia. “Quando o estudante escolhe uma carreira, compara os salários das diversas profissões. Com o salário inicial alto, a carreira de professor fica mais competitiva”, revelou Mona.
A especialista lembrou ainda que o salário inicial elevado ajuda a manter os professores na carreira. “Nos Estados Unidos, o salto salarial só ocorre no sétimo ano de profissão. Muitos abandonam a cargo no segundo ano em busca de opções mais rentáveis”, afirmou.
O presidente do Todos pela Educação problematizou a associação entre salário e desempenho dos alunos. “Há especialistas brasileiros que dizem que o salário não é importante. Essa variável, salário do professor e desempenho do aluno, é válida para o Brasil?”, perguntou.
Para a secretária de Educação do estado de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, o problema brasileiro do salário dos professores está relacionada com o “excessivo corporativismo estatal nas carreiras públicas”.  O aumento do salário dos professores leva ao reajuste dos salários dos outros funcionários públicos. “Em São Paulo, temos 240 mil professores da rede estadual e mais de 1 milhão de funcionários públicos”, comentou.
“Não dá para fechar os olhos diante da questão salarial. Precisamos defender melhores salários para os professores no Brasil”, rebateu a secretária de Educação do estado de Goiás, Milca Severino.
Diante das ressalvas, Mona Mousherd reforçou a importância de salários mais competitivos, lembrando da necessidade de campanhas que valorizem a profissão de docente. 
Alunos com o mesmo desempenho
Além do investimento na qualidade do professor, a segunda lição dada pelos melhores sistemas educacionais, segundo Mona, é focar no ensino para a aprendizagem efetiva dos alunos por meio de programas de aperfeiçoamento das práticas pedagógicas.
“Nos melhores sistemas, cerca de três horas da semana são reservadas para o treinamento e o retorno do desempenho aos professores. O intercâmbio entre o professorado é fundamental”, explicou a doutora pelo MIT.
Em Xangai, na China, todos os professores são obrigados a visitar e observar pelo menos oito aulas dadas por colegas em cada semestre. Enquanto isso, na Finlândia, um profissional mais experiente fica no fundo da sala e dá instruções para o professor pelo ponto eletrônico.
Outra conclusão do estudo é que o alto desempenho significa que todas as crianças devem ser bem-sucedidas, não apenas parte delas. Para apoiar os alunos no seu desenvolvimento, os modelos educacionais de excelência realizam avaliação e inspeções na escola, avaliações do sistema todo e exames finais periodicamente.
A obtenção de dados serve para identificar alunos com problemas e direcioná-los a programas de reforço escolar. Na Finlândia, alunos com baixo desempenho são colocados em novas salas e recebem educação especial, oferecida por um grupo multidisciplinar (professores, psicólogos e consultores). Quando superam as dificuldades, volta para sua antiga turma. Cerca de 30% de todos os alunos finlandeses já participaram dessa iniciativa. Na outra ponta, alunos melhores colocados nos exames também recebem atenção especial, recebendo aulas mais avançadas.

Por fim, o último fator de sucesso é o investimento na liderança das escolas. “Esses países procuram selecionar diretores que reúnam excelência de ensino e em gestão”, explicou a doutora pelo MIT. Para qualificar os futuros diretores, em Cingapura, por exemplo, há oferta de curso de administração de seis meses equivalente a cursos oferecidos para profissionais específicos deste setor. “Os gestores também precisam saber dialogar com alunos, professores e com a comunidade”, conclui Mona Moushard.

7 medidas testadas - e aprovadas 

Entender como países em destaque nos rankings de ensino chegaram ao topo é o que mais impulsiona hoje as pesquisas na área de educação. Nenhuma delas foi tão longe quanto um recente estudo da consultoria McKinsey coordenado pela egípcia Mona Mourshed, doutora em desenvolvimento econômico pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e estudiosa das reformas educacionais em dezenas de países


Durante um ano, uma equipe comandada por ela entrevistou mais de 200 pessoas e visitou 120 escolas em vinte países. Justamente aqueles com resultados mais extraordinários na educação, caso de Cingapura, Coréia do Sul e Finlândia. O maior mérito do trabalho é chamar atenção para práticas comuns a esses países, todas testadas com sucesso na sala de aula. Na semana passada, Mona esteve em São Paulo para falar sobre o estudo a representantes do Ministério da Educação (MEC) e de secretarias de ensino. Ela diz: “Estou certa de que outros países podem se beneficiar dessas práticas a curto prazo e sem gastar muito”. Em entrevista a VEJA, a consultora fala de sete medidas aplicadas com sucesso nos países que estudou — e que podem ajudar também a elevar o nível do ensino no Brasil.

Durante um ano, uma equipe comandada por ela entrevistou mais de 200 pessoas e visitou 120 escolas em vinte países. Justamente aqueles com resultados mais extraordinários na educação, caso de Cingapura, Coréia do Sul e Finlândia. O maior mérito do trabalho é chamar atenção para práticas comuns a esses países, todas testadas com sucesso na sala de aula. Na semana passada, Mona esteve em São Paulo para falar sobre o estudo a representantes do Ministério da Educação (MEC) e de secretarias de ensino. Ela diz: “Estou certa de que outros países podem se beneficiar dessas práticas a curto prazo e sem gastar muito”. Em entrevista a VEJA, a consultora fala de sete medidas aplicadas com sucesso nos países que estudou — e que podem ajudar também a elevar o nível do ensino no Brasil.

Só os melhores ensinam

 
Poucos fatores influenciam tanto a qualidade do ensino em um país quanto o nível de seus professores — daí a relevância de recrutar os mais talentosos. Foi com esse objetivo que países como Coréia do Sul e Finlândia criaram seleções tão rigorosas quanto as de uma grande empresa. A triagem começa na escola.

Só podem concorrer a uma vaga nas faculdades de educação aqueles 10% com o melhor boletim, dado especialmente espantoso diante da realidade de países como o Brasil: os professores brasileiros compõem justamente a turma dos 30% com as piores notas. Para sonhar com um lugar numa dessas faculdades (e muita gente lá sonha mesmo), é preciso ainda passar por provas, entrevistas e aulas demonstrativas devidamente avaliadas por especialistas.

Com tantos filtros na entrada, a experiência aponta para três efeitos positivos: não se desperdiça tempo nem dinheiro na formação de gente sem talento, a qualidade dos cursos aumenta e a carreira de professor, naturalmente, ganha novo status. Nada disso faria mal ao Brasil.


Para cada estudante de pedagogia, um tutor

Em países de bom ensino, ninguém se forma sem antes fazer o básico: entrar numa sala de aula na função de professor. Não se trata de um estágio comum. Os universitários são acompanhados por espécies de tutores, professores experientes cujo papel é orientar os novatos do momento em que se sentam para planejar uma aula até quando corrigem a lição.

Mais do que isso: aos tutores é designada a tarefa de avaliar o desempenho dos aspirantes a professor, corrigir eventuais falhas e ensinar tudo na prática — chance que os estudantes brasileiros raramente têm. A decisão de criar essa função, tomada por governos de diferentes países, ajudou a elevar o nível dos professores recém-formados. Deu tão certo que, em alguns lugares, tais profissionais já são figuras permanentes nas escolas, caso da Inglaterra. Lá, eles não apenas dão consultoria aos principiantes como avaliam, diariamente, o nível geral do ensino.


Tornar atraente a carreira de professor

A junção de duas medidas se revelou eficaz em uma dezena de países. Uma delas diz respeito ao salário inicial dos professores: quando o valor foi igualado ao de outras carreiras, houve um substancial aumento na procura por faculdades de educação. O detalhe é que tais países, entre os quais Coréia do Sul e Cingapura, não reservaram nenhum centavo a mais para a educação.
Eles conseguiram mais dinheiro ao decidir aumentar o tamanho das classes, medida que permitiu enxugar o quadro de professores — e pagar mais aos recém-formados. Esses países não fizeram isso sem consultar as pesquisas. Segundo elas, turmas maiores não prejudicam o ensino de maneira significativa, como apregoa o senso comum.
Por outro lado, um bom salário inicial tem funcionado como poderoso fator de atração de gente talentosa. Isso, no entanto, não é o bastante. Os mais brilhantes só passaram a procurar maciçamente a carreira de professor depois que esses países implantaram sistemas meritocráticos, nos quais os melhores ganham mais dinheiro e responsabilidade e vislumbram no horizonte a possibilidade de exercer diferentes funções, como a de “consultor de currículo” — tão prestigiada quanto a de diretor de escola. 

domingo, 7 de agosto de 2011

Cultuando Orixá

Hoje, no Brasil, sofremos uma grave crise dentro da religiosidade de origem africana. Enquanto outras formas de manifestações religiosas se consolidam, o Culto aos Orixás está cada vez mais sendo banalizado pelos adeptos e pela sociedade como um todo. Com o poder público sendo "dominado" por, alguns, cristãos preconceituosos e intolerantes estamos cada vez mais a beira da extinção. Devemos tomar ciência do que está acontecendo e nos posicionarmos de alguma forma para tentar conquistar um espaço maior e o respeito da sociedade. Devemos nos organizar, nos unir para buscar uma condição melhor para toda a comunidade de adeptos dos cultos de origem afro.

Algumas pessoas agem como se o ato de se cultuar Orixá se limitasse ao evento religioso em si, seja uma gira em um terreiro de Umbanda, seja em uma festa em terreiro de Candomblé. Devemos ter em mente que o ato de se Cultuar Orixá é algo único, sublime e que deve preencher cada momento de nossas vidas e não, apenas, um evento social. Um cultuador de Orixá busca o bem comum, visa uma vida plena com harmonia e unidade, busca o convívio adequado em comunidade.